Não consigo entender o problema que é para algumas pessoas, que eu seja a simplicidade em pessoa. Gostava de um dia perceber se é assim tão mau, tão aborrecido (ou o que o valha) que os meus gostos e pontos de vista sejam ligeiramente diferentes dos da maioria.
Mas o que mais me chateia é aquela pressão do "tens de mudar, assim não estás a aproveitar a vida". Isto tudo porque prefiro um passeio (pelo campo ou à beira-mar), conversas em cafés (em jardins ou onde for), um cinema ou um bom jogo de tabuleiro, a uma saída à noite a uma discoteca. Porque prefiro um jantar com os que me são mais chegados do que ir a um bar, para beber e aparvalhar no meio do fumo. Não entendo. Eu não censuro os que não são como eu, porque percebo que cada qual tem as suas preferências.
E isto não é apenas em relação às saídas. É em relação a quase tudo. São os decotes que me recuso a usar (se forem subtis até acho bonito, mas aqueles que mostram tudo, para mim acho-os grosseiros). São as mini-mini-mini-saias e tudo o que sirva para fazer o sexo masculino se aproximar e babar, tudo o que me faça ouvir piropos grosseiros. Que eu gosto muito de elogios, mas os que quero ouvir não são de todo "comia-te toda", " 'ganda rabo", "quando é que posso ver o resto?" e por isso simplesmente dispenso os materiais têxteis (ou a falta deles) que sei que são propícios a isso. Não digo que me importe de ver. Defendo que cada qual deve andar e vestir como se sentir melhor (o mesmo se aplica a ocupação dos tempos livres). Mas agora dizer-me "tens tanto potencial para ser uma gaja super boa mas escondes-te por detrás dessas roupas de um estilo mais clássico que de sexy não têm nada". Isto é o mesmo que eu ir-lhes dizer que não deviam andar assim na rua porque só chamam a atenção e tal e tal. Quer dizer. Eu até aceitava a opinião desta gente, com calma e serenidade, se não tivessem sido feitas as observações num tom reprovador. Como se fosse algo horrível ser-se como eu sou. E é esta perspectiva de que não gosto. Se para a minha personalidade é impensável vestir-me/divertir-me como elas e para elas é impensável vestir-se/divertir-se como eu, nada nos impede de respeitar o outro como ele é. Eu sou feliz à minha maneira. Elas são à maneira delas. O nosso "felicitómetro" pode estar no mesmo nível de felicidade vivendo as coisas de maneira diferente. Não é por eu preferir uma postura mais discreta, que sou pior que ninguém, tal como elas não são piores que eu por preferirem viver a vida delas de um modo mais boémio.
Respeito pela personalidade dos outros, não? Serei assim tão fora do normal?
Cada vez mais acho que:
Quanto mais cada um quer ser diferente porque está na moda e porque é aborrecido ser normal, mas eu quero ser normal, porque o normal agora é ser diferente. Mas a questão que se põe é: Afinal, o que é ser normal?
Mantém-te autêntica. Eu raramente faço 'fretes' seja por quem for. se me apetece ficar em casa, sexta-feira à noite, quem quiser sair só tem de pegar no chapéu e abrir a porta. gostei deste post. bjo**
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